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A proteção da pele contra a exposição solar é cada vez mais reconhecida como um importante problema de saúde pública, à medida que aumenta o conhecimento sobre os riscos da radiação ultravioleta (UV). Está bem documentado que a radiação UV causa câncer de pele, queimaduras solares, envelhecimento prematuro, imunossupressão e ativação de vírus latentes. Embora os fatores climáticos possam influenciar o nível de radiação UV na superfície da Terra, é o comportamento individual que tem o maior impacto na exposição à radiação UV.
Um estudo publicado em janeiro de 2024, financiado pela La Roche Posay Internacional e conduzido pelas universidades localizadas no Japão, Singapura, Korea, Senegal, China, Espanha, França, Alemanha, México e Estados Unidos avaliou as atitudes e comportamentos da população em relação à exposição solar no Japão e comparou com as atitudes comportamentais da população da Europa e da América Central e do Norte. Os resultados deste estudo revelarem dados interessantes em relação à crença sobre bronzeamento saudável entre homens e mulheres.
Os hábitos de proteção solar e a percepção dos riscos à pele presentes na população japonesa diferem de acordo com idade, sexo e fotótipo. Em comparação com os europeus e os norte-americanos, os japoneses continuam ser mais cautelosos em relação aos perigos induzidos pelo sol e ainda consideram a pele mais clara mais atraente.
A população do estudo foi uma amostra representativa de indivíduos com idade >18 anos provenientes de painéis Ipsos no Japão (N= 1.000), América do Norte (N= 1.000) e Europa (N= 6.000) usando o método de cotas. Os questionários abordaram hábitos, práticas e percepções em relação à exposição solar. Os resultados revelaram que a maioria das pessoas (80,1%) acredita que o sol lhes dá energia e 61,1% considera que o bronzeamento as torna mais saudáveis. No entanto, houve uma diferença significativa entre homens e mulheres quanto ao apelo da pele bronzeada, com 54,95% dos homens versus 34,67% (p< 0,001) das mulheres vendo o bronzeado como um trunfo estético. Pessoas com idade <40 anos tiveram menor probabilidade de achar um bronzeado atraente (30,3%) em comparação com aquelas com idade ≥40 anos (48,9%) (p< 0,001). Dos questionados, 45,70% usavam protetor solar, sendo o uso muito maior entre as mulheres (70,10%) do que entre os homens (18,74%) (p< 0,001). Quase 54% das pessoas afirmaram ficar na sombra para se proteger do sol, sendo esse comportamento mais prevalente entre as mulheres (67,05%) e indivíduos de pele clara (56,13%). O medo dos riscos da exposição solar foi mais comum entre as mulheres, com 84,8% temendo o envelhecimento prematuro da pele, em comparação com 71,8% dos homens (p< 0,001). No Japão, 44,30% dos entrevistados afirmaram que a pele bronzeada era atraente (p< 0,001); para europeus e norte-americanos as proporções foram de 81,1% e 77,6%, respectivamente. Apenas um quarto (25,80%) achou imprescindível voltar das férias bronzeado. Por outro lado, os europeus demonstraram um forte reconhecimento da energia que o sol traz (83,18%) e acreditam amplamente que a pele bronzeada é atraente (82,32%) e saudável (73,15%). Na América do Norte, as atitudes foram semelhantes às da Europa em relação à atratividade da pele bronzeada (77,65%) e à importância de voltar bronzeado das férias (48,15%). Em comparação com os europeus e os norte-americanos, os japoneses pareciam ser mais cautelosos em relação aos perigos induzidos pelo sol e consideravam a pele mais clara mais atraente.
Dado que a exposição solar é um fator importante no câncer de pele e no fotoenvelhecimento, a promoção de novas crenças culturais como as do Japão e a mudança da definição de atratividade física podem ser uma estratégia para encorajar um comportamento inteligente em relação ao sol em campanhas contra a exposição solar. A cultura e a percepção da pele bronzeada entre a população japonesa parece ser um fator de proteção à exposição solar. Com o aumento do uso das redes sociais, a promoção da percepção da beleza da pele clara em diferentes plataformas online poderia ser considerada para construir uma nova tendência em beleza ao lado de outras tendências.
Referência:
MORITA A.; LIM H. W.; PASSERON T.; GOH C. L.; KANG H. Y.; LY F.; OCAMPO-CANDIANI J.; PUIG S.; SCHALKA S.; WEI L.; DEMESSANT A. L.; FLOC’H C. Le; KEROB D.; DRENO B.; KRUTMANN J. (2024). Attitudes and behaviors regarding sun exposure in Japan compared to Europe and North America. The Journal of Dermatology; 00: 1-6. Doi:10.1111/1346-8138.17217.
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